sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Leite Lopes e o Livro do Guiness

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Rio anuncia restrições no aeroporto Santos Dumont

A Secretaria de Meio Ambiente do Rio de Janeiro e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) anunciaram hoje restrições ao funcionamento do Aeroporto Santos Dumont. A partir de 10 de fevereiro do próximo ano o número de pousos e decolagens no terminal será reduzido de 23 para 14, entre 6h e 8h e entre 20h e 22h30.
Na licença de operação, concedida hoje, também continua a restrição aos voos  mas noturnos. E o horário de funcionamento passa a ser das 6h às 22h30, com meia hora de tolerância para atrasos. Depois das 23 horas, os voos serão desviados para o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão).
As medidas atendem às reivindicações de moradores de oito bairros da cidade que reclamam do ruído excessivo causado pelas turbinas dos aviões. Conforme a Secretaria de Meio Ambiente, as queixas passaram a ser mais frequentes depois da expansão do terminal e do aumento do número de voos. Os bairros mais afetados são: Centro, Santa Teresa, Catete, Flamengo, Botafogo, Glória, Laranjeiras e Urca. 
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que irá se pronunciar, por nota, ainda hoje sobre as restrições.

Fonte: Jornal a Cidade 11/12/2010
Agência Estado

Esta notícia foi publicada em dezembro, mas merece ser relida e refletida, quando a Prefeita Darcy Vera se refere ao aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, como um dos que receberam verbas públicas para sua ampliação. Também podemos imaginá-lo como o Leite Lopes de amanhã. O Santos Dumont não é um aeroporto de cargas e terá o seu funcionamento limitado entre as 6h00 e 22h30 horas. Lá, se o vôo atrasar tem como alternativa o aeroporto do Galeão (Tom Jobim).

Se o aeroporto não tem funcionamento em período integral por causa das reclamações justas dos cidadãos com ouvidos sensíveis e que acham que têm o direito ao sossego e à qualidade de vida, porque será que em Ribeirão Preto vai ser diferente?

Não é só no entorno do Leite Lopes que tem gente com ouvidos sensíveis. Outros bairros também tem gente assim, como por exemplo na Ribeirânia, nos Quintinos, no Avelino, no Tanquinho, no Palmares, no Zara e outros sobre os quais houver rota de aeronaves no futuro...

O superintendente do DAESP confirmou em reportagem que o Leite Lopes pode operar com cargueiros com meia carga. Isso porque o Leite Lopes nunca será um aeroporto internacional de cargas por completo, mas apenas um aeroporto ampliado para atender a uma parcela do empresariado e não planejado para atender ao interesse público. Se entrar em funcionamento, a população vai reclamar, e o horário de funcionamento passará a ter restrições, provocadas pelas reclamações e ações que inundarão o Judiciário, porque a Constituição afirma que o cidadão tem direito a qualidade de vida.

No Santos Dumont, se o avião chegar depois das 23 horas, tem como alternativa o Tom Jobim. Se acontecer o mesmo com o Leite Lopes, qual será o aeroporto alternativo? Bauru, é claro! E como o grosso dos cargueiros opera à noite, depois das 23:00, onde vai ser o aeroporto internacional de Ribeirão Preto? Em Bauru, é claro! Mas Bauru pode, porque tem um aeroporto planejado, apto a ser ampliado sem gerar problemas a ninguém, promovendo os negócios e sem ter como fator limitante os ouvidos sensíveis da população.

E se tem um aeroporto decente, deve-se às forças vivas de Bauru que se movimentaram pelo projeto adequado de um aeroporto novo, não por reformas, e assim exigiram do DAESP. 

Por quê, então, a Prefeitura e os grupos que a apóiam insistem nessa continuidade? Como explicar e justificar tal comportamento? Após intensos estudos descobrimos o porquê. Descobrimos qual é o interesse da Prefeitura e do DAESP juntos com a turma dos SLLQC têm na recusa sistemática em construir um aeroporto novo, decente, apropriado e igual aos melhores aeroportos do mundo: constar no Livro do Guiness!

Pensávamos que existiam outros interesses que geravam pressa em operar o Leite Lopes e que nos últimos quinze anos não puderam esperar três anos para construir um novo. É o bairrismo dos SLLQC que, estufando o peito orgulhosamente, fazem questão de elevar a cidade aos píncaros da fama mundial, de forma permanente, pois nunca se conseguirá encontrar outro município interessado em competir com este título pomposo:

A única cidade do planeta com um aeroporto "meia boca" de carga internacional, a meia carga, operando meio período em outro aeroporto a plena carga.
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