sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Promotor "enterra" ampliação da pista

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MARCELO PEDROSO GOULART volta a descartar negociação para o Leite Lopes e critica postura de administradores da cidade

André Luis de Jesus

O promotor do meio ambiente, Marcelo Pedroso Goulart, enterrou de uma vez por todas a esperança do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) e da prefeitura de Ribeirão Preto de tentar uma negociação para a ampliação da pista do aeroporto Leite Lopes. Segundo o promotor, o acordo judicial firmado entre o Ministério Público Estadual (MPE) e o Daesp é o resultado de uma ação movida por ele e pelo promotor de habitação e urbanismo, Antônio Alberto Machado, que pedia a interdição do aeroporto por causa das más condições de funcionamento, e não será reeditado sob qualquer argumento que for apresentado. "Mexer na pista está totalmente fora de cogitação. A pista já tem 2,1 mil metros de comprimento e terão de usá-la desta forma. Qualquer obra neste sentido será vetada pelo acordo judicial", disse Goulart. A pista realmente possui 2,1 mil metros de extensão, mas só pode utilizar 1,8 mil metros por causa das normas de segurança.

O promotor considera o aeroporto ultrapassado e que a solução para Ribeirão Preto seria a construção de um novo aeroporto. "O Leite Lopes já não serve para atender a demanda regional de passageiros. Além disso, não há demanda para passageiros internacionais e nem para cargas. Tanto que a empresa que detém a concessão não se preocupou em operar até hoje. Mas, se houvesse essa demanda que falam por aí, a empresa já teria começado a funcionar desde 2002. Quando a internacionalização foi liberada", criticou.

O promotor não acredita que exista intenção de se investir no Leite Lopes devido à proximidade com Viracopos em Campinas. "Veja bem, não há a menor possibilidade de se investir no aeroporto Leite Lopes do jeito que a prefeita quer, pois em termos aeronáuticos a distância entre esses dois aeroportos é como atravessar uma rua. E em Viracopos já estão sendo investidos não sei quantos milhões em estrutura para receber até cargas internacionais. Tem a questão da copa do mundo também. Eles não vão investir aqui por causa disso", argumentou. 

Goulart contestou ainda a afirmação do superintendente do DAESP, Sérgio Camargo, de que o estado não esteja querendo passar os aeroportos paulistas para a iniciativa privada. "O Estado quer se livrar destes aeroportos e o que estão fazendo são uns puxadinhos para poderem passar para frente. Já os dividiram até em lotes para serem vendidos".

Na visão dele, Ribeirão Preto sofre com a falta de visão de seus administradores que emperra o desenvolvimento da cidade. "Ribeirão Preto precisa de estadistas de verdade no comando. Gente que pense a cidade como a região metropolitana na qual se transformou. E, em vez disso, temos administradores de vila. Não digo isso criticando especificamente o atual governo, mas o problema aqui é histórico", concluiu.

Fonte: Jornal A Tribuna – 12/02/2011.
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