sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Tem urubu voando baixo sobre o Leite Lopes

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Foto: Internet
Na análise vetusta do Relatório de Impacto Ambiental que o Daesp apresentou quando da apresentação da proposta de ampliação das pistas do Leite Lopes, um dos motivos para não optarem por área próxima bem localizada foi a presença de urubus como elemento ameaçador ao fator de segurança para o vôo das aeronaves. Diga-se de passagem que urubu dentro de uma turbina de jato ou na cabine do piloto faz um estrago sem tamanho! Coitadas dessas belas aves negras que prestam serviço inestimável à natureza limpando o que tem de carniça na superfície da Terra.

Pois bem, voltam novos urubus, desta vez sobre o Leite Lopes. Não são urubus emplumados, mas de terno, engravatados, cabelos bem cortados, normalmente de diâmetro abdominal avantajado, fala mansa e sorriso fácil. Já sentiram o cheiro da carniça e se aproximam voando baixo.

E onde está  a carniça? O moribundo Leite Lopes, com suas turbinas em estertores. Os roncos dos motores continuam altos, mas as pistas são curtas. Os urubus não se incomodam com segurança nem ruído. Chegam sorrateiramente e ficam à espreita da oportunidade de dar o bote na carniça. E que carniça suculenta seria essa? Por acaso carcaças humanas em aviões destroçados por falta de pista nos arredores do campus do Centro Universitário Moura Lacerda ou em cima dos moradores dos Quintinos? Aviões trombando com caminhões nas avenidas Thomaz Alberto Whately e Brasil? Ciclistas e pedestres atropelados no breu noturno da travessia da av. Thomaz Alberto Whately?

Não, caríssimos leitores, os urubus engravatados estão à espreita de milhares de metros quadrados de área urbanizada que ficarão à disposição da especulação imobiliária com o famoso “puxadinho” das pistas. Serão  novos empreendimentos, como hotéis cinco estrelas (internacionais), escritórios comerciais high-tech (à prova de som, balas, impactos, etc.), indústrias voltadas para o 2020, restaurantes panorâmicos com bela vista para o “New Leite Lopes” (sem favelas nos arredores), pista para Fórmula Indy circundando as zonas de ruídos (ora, os motores desses carros fazem mais ruídos que os dos aviões), e quem sabe, alguns conjuntos residenciais fechados, dotados de toda segurança aeroespacial e multiespectral, com felizes moradores cheios de glamour.

Tudo isso graças à insistência dos SLLQC* que, no canto da sereia, imaginam conseguir fazer de um aeroporto inoperante um super aeroporto internacional civil e de cargas.

Observem os urubus engravatados que logo estarão no horizonte de brigadeiro com um Leite Lopes sem favelas, grandes áreas desapropriadas, novo sistema viário, nova lei de uso do solo alterada para que façam uma feliz aterrissagem nos despojos do fatídico aeroclube que foi promovido a aeroporto e atual candidato a aeroporto internacional de cargas.

As chamadas forças econômicas e empresariais inovadoras e com visão de futuro, com vistas à exportação e ao turismo, deveriam manifestar interesse na proposta do Novo Aeroporto para não perder mais tempo e energia com essa ampliação impossível e irresponsável, em lugar de ficar na arquibancada esperando que o Daesp ou a Infraero tomem a iniciativa de fazer um verdadeiro aeroporto novo.

Ribeirão Preto merece um aeroporto decente. Por isso

O LEITE LOPES FICA COMO ESTÁ e um
AEROPORTO NOVO JÁ!

SLLQC é o grupo de pessoas e entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.
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