sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O Movimento Responde

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sexta-feira, 28 de outubro de 2011 20:44:27
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O Movimento Responde:

(leitor está em azul /resposta do movimento em preto)

Prezados,

Venho recebendo há algum tempo os e-mails de vocês e confesso que não
entendo o radicalismo apresentado contra a existência e a manutenção do Leite
Lopes, no local em que se encontra.
Nós não somos radicais mas simplesmente coerentes com conceitos definidos em 1995, quando na elaboração do texto da Lei do Plano Diretor (LC 501/95) a sociedade civil, o executivo municipal e o legislativo definiram com base em estudos geopolíticos, urbanísticos, sócio-ambientais e aeroportuários (prof Corsini da USP-SCarlos), decidiram pela relocação do Leite Lopes, por se tratar  de uma estrutura incompatível com a sua localização, tanto no presente (1995) como no futuro.
Nessa época não existiam interesses econômicos específicos sobre o uso do Leite Lopes.
Quando esses interesses apareceram, a partir de 1997/99, entidades que defendiam a relocação do Leite Lopes mudaram de opinião (ou viraram a casaca, como se dizia antigamente) e passaram a defender com unhas e dentes a ampliação do Leite Lopes como a única alternativa possível.
Importante lembrar que todos os argumentos pro-Leite Lopes também se aplicariam a um aeroporto novo mas esses interesses impediram sistemática e radicalmente a discussão do tema, dando a ampliação como fato consumado a ser imposto ao município e sua população.
Relevante lembrar que os interesses econômicos ligados à ampliação do Leite Lopes tanto em 1997/1999, como 2005/2008 e 2010/2011 têm sede fora de Ribeirão Preto, visando apenas o lucro sem nenhuma relação com o desenvolvimento local e regional e muito menos com a segurança das populações diretamente afetadas.
Em 2007/2008 ficou técnica e cientificamente comprovado que o uso do Leite Lopes como aeroporto cargueiro era inadequado sob todos os pontos de vista, desde o econômico, o operacional, o de segurança, o sócio-ambiental e geopolítico regional. Por isso o portentoso estudo que foi feito para defender o projeto da ampliação do Leite Lopes foi desmascarado e declarado como de péssima qualidade pelo próprio Governo do Estado, através do CONSEMA, órgão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, e foi mandado refazer.
Portanto, não existe nenhum radicalismo nem intransigência quando se exige a construção de um novo aeroporto.  Existe sim coerência e consistência de atitudes que não mudam ao sabor dos interesses espúrios e políticos de terceira linha.
Radicalismo existe entre os que, contrariando os fatos e de forma intransigente, insistem em não deixar construir um aeroporto novo.  Nenhuma alegação pode superar a realidade técnica e científica.
Só para lembrar, o Movimento não é contra o Leite Lopes onde está mas sim contra a sua ampliação.
Uma das alternativas consiste em termos dois aeroportos, sendo um internacional e outro no Leite Lopes mas com uso aviônico e de aviação geral. Bauru tem dois aeroportos. Rio Preto vai ter dois também. Porque é que Ribeirão só pode ter um e inadequado?
Num país onde os sindicalistas detem o poder, imaginar que um novo aeroporto
surja por essas plagas é no minimo sonhar e se iludir com o impoderavel, para
não dizer, o impossivel.
O Leite Lopes é um aeroporto sob administração do Governo do Estado de S. Paulo e não tem nenhum sindicalista no poder. O que tem tido, e principalmente no governo municipal, são governos com ligações muito intimas (intimas demais para o gosto de muito cidadão ribeirão-pretano) com os setores canavieiros e imobiliários e que tanto têm prejudicado o município.
Importante ressaltar que tanto o Governo do Estado de S. Paulo como o Governo Municipal, ambos ideologicamente alinhados com o neo-liberalismo, insistem em ampliar o Leite Lopes com o nosso rico dinheirinho para depois o ceder, através de licitação, à exploração da iniciativa privada em lugar de deixar o Leite Lopes como está, dando-lhe outro uso econômico dentro de sua vocação aviônica e  providenciar a construção de um novo aeroporto, adequado às necessidades da região, no presente e no futuro.
Principalmente quando se sabe que a construção de um novo aeroporto, que demora entre 3 e 5 anos, pode ultrapassar o mandato do político de terceira linha empossado no poder. É isso que vem acontecendo nos últimos 16 anos com os sucessivos mandatos municipais e estaduais.
Como o interesse em ampliar o Leite Lopes é em grande parte do Governo do Estado para doá-lo à iniciativa privada, será muito difícil de imaginar que um prefeito, neo-liberal dos canaviais e também subserviente, seja contrário a essa política e exija um novo aeroporto.
Apenas a mobilização popular e um Movimento Pro Novo Aeroporto forte e consistente poderá se opor a esse tipo de política.
2012 está chegando e esperamos que Ribeirão Preto e a região consigam eleger estadistas para os seus governos municipais, para podermos começar a ver uma luz no fundo do túnel.

 Se com R$ 30/40 milhões se consegue transformar o Leite Lopes num aeroporto
que atenda perfeitamente a necessidade de Ribeirão e região e mesmo assim essa
novela vem se arrastando há 7 ou 8 anos, o que dizer da necessidade de mais de
150 milhões para a construção de um novo aeroporto [...]
Até agora já gastaram quase isso e não chegamos a nenhum aeroporto sequer perto da decência, quanto mais que atenda às necessidades de Ribeirão e região. Atenderá aos interesses da privatização do sitio e dos interesses de uma empresa que vai explorar um terminal insignificante  de cargas internacionais, dirigido muito mais para a importações do que para as exportações, por falta de pista.
Se fossem gastar essa quantia para conseguir esse aeroporto que atenda às necessidades locais e regionais, isso teria ficado demonstrado no estudo que apresentaram em 2008. Como não o conseguiram, isso significa que, qualquer investimento no Leite Lopes nunca o irá transformar em outra coisa que nada. Será sempre um desperdício de dinheiro público e o único prejudicado será o município como um todo (e a região) que nunca mais poderá ter um sitio aeroportuário adequado a sustentar o seu desenvolvimento por falta de um vetor importante: um aeroporto adequado.
Por outro lado, se o custo for de 150 milhões, sabendo-se que um aeroporto demora entre 3 e 5 anos para ser construído, o investimento seria de 30 milhões por ano, por 5 anos, valor este absolutamente irrelevante para a capacidade econômica da região.  
Um consórcio intermunicipal formada com os municípios interessados resolveria o problema e já estaríamos perto da inauguração desse aeroporto internacional, se ele tivesse sido começado em 2008, se não existissem esses setores radicais que apenas querem o Leite Lopes ampliado a qualquer custo.
[...] e que provavelmente nem sequer poderia se localizar no municipio de Ribeirão Preto, pois duvido que se encontre área no perímetro municipal que atenda essa necessidade. Muito
provavelmente perderíamos para Serrana ou mesmo Sertãozinho o aeroporto, por
possuírem esses municípios áreas muito mais favoráveis para esse fim.
Quando nos referimos a um aeroporto internacional para Ribeirão Preto, admitimos que o municipio seja a sede de uma macro-região (ou região metropolitana) sendo portanto irrelevante para as receitas municipais a sua localização. Desde que esteja dentro da área de influência.
Em 1995 foi definida a saída do aeroporto da área urbana. Existia uma área excelente mas lá construíram um presídio. Em 2008 outras áreas compatíveis foram identificadas mas hoje estão ocupadas com loteamentos, o que nos leva a supor que outros interesses fundiários e imobiliários mandam mais na cidade do que os interesses de desenvolvimento econômico do município.
Por outro lado, parece-nos absolutamente irrelevante se o aeroporto (o segundo) ficará dentro do município de Ribeirão ou se parte em um e parte em outro, dependendo do melhor lugar para a implantação do sitio aeroportuário mais adequado para a região. Essa exigência pode ser considerada como Bairrismo?  E por acaso “bairrismo” é fator de desenvolvimento econômico?

Muitas vezes se atribui ao aeroporto uma fantástica arrecadação municipal. Bem, como se sabe, o Leite Lopes tem trânsito de passageiros e de cargas, até em volume com relativa relevância. A sua utilização com cargas internacionais não iria alterar o cenário tributário, mas apenas ampliar o seu volume arrecadatório.

E sabem qual é a arrecadação do Leite Lopes hoje para o município? Um vereador – Maurilio Machado Romano - fez essa pergunta à Secretaria Municipal da Fazenda. Sabem qual foi a resposta? “Zero de arrecadação municipal” foi a resposta. Nem mesmo paga IPTU.
E S. Paulo, quando relocou o seu aeroporto internacional para Guarulhos, por acaso perdeu alguma coisa de arrecadação? E Guarulhos, por acaso aumentou a sua arrecadação? 

O mais sensato ao meu ver, é buscar soluções viáveis, práticas e exequiveis.
Sem dúvida que sim. Por isso é que precisamos de um novo aeroporto que atenda às necessidades atuais da região e contenha área suficiente para que possa atender às futuras ampliações no numero de pista e no seu comprimento para apoiar o desenvolvimento regional, dando-lhe o suporte necessário.
Segundo a  última versão espatafúrdia do tal “deslocamento da pista que não é ampliação” sabe qual será o resultado, com o desvio da avenida Thomaz Albert Whately para contornar a nova cabeceira?
No aeroporto Santos Dumont, onde inventaram uma via nessas condições (nos tempos dos aviões a hélice), aviões a jato, quando estacionam para se prepararem para a operação de decolagem e “puxam os motores” já mataram vários motoristas e passageiros infortunados que passaram nessa via no momento inadequado.
A seguir um pequeno vídeo sobre o aeroporto na ilha de San Martin, onde esse fenômeno é atração turística. Mas será trágico para a avenida onde transitam pedestres, ciclistas, motociclistas e carros.  Esse é o tal aeroporto adequado que os defensores radicais da ampliação do Leite Lopes querem obrigar Ribeirão Preto a aceitar.

Contra fatos não há argumentos. Por isso o Movimento exige
O Leite Lopes fica como está!
Um novo aeroporto, em nova área,  já!


 
Cordiais saudações

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