segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Movimento Responde


O abaixo assinado do Movimento Pró  Novo Aeroporto, as ocupações do entorno do Leite Lopes, as atividades dos “gatos” e a ampliação das favelas, e as eleições de 2012.

Caro Jose Augusto,

Todas as mensagens recebidas, mesmo as que nos criticam, são sempre bem-vindas porque assim podemos discutir o aeroporto de Ribeirão e, por tabela, a própria cidade.

Respondemos dentro de sua mensagem. Com fonte azul o seu texto, fonte preta o nosso.


Em 19 de janeiro de 2012 19:22, José Augusto Ravaneli <joseaugustoravaneli@gmail.com> escreveu:


NÃO POSSO ASSINAR ESSE ABAIXO ASSINADO, POIS A CONSTRUÇÃO DE UM NOVO AEROPORTO DEMORARIA ALGUNS ANOS ATÉ SER FINALIZADO., RIBEIRÃO NÃO PODE MAIS ESPERAR.

Ribeirão espera a construção de um novo aeroporto faz mais de 15 anos, porque sempre tem alguém com pressa em inaugurar um aeroporto obsoleto e incapaz de ser adequado como vetor de desenvolvimento regional. E a pressa nunca tem como objetivo prover o desenvolvimento de Ribeirão mas sim apoiar a instalação de interesses econômicos que nem são locais. Foi o caso em 1997/99 e o atual.


Mas, quando se afirma que “Ribeirão não pode mais esperar”, o que é que significa realmente?  São os interesses de Ribeirão ou apenas os interesses de um grupo econômico que tem pressa em ganhar dinheiro e por isso não pode mais esperar?

Todos os técnicos ouvidos foram unanimes em afirmar que o Leite Lopes não é capacitado a nada mais do que ser um aeroporto regional medíocre, incapaz sequer de agüentar o crescimento da demanda de vôos domésticos, além dos riscos aeronáuticos  em razão de estar situado em área densamente habitada.  A reportagem do Gazeta de Ribeirão de 22/01/2012 é muito clara nisso, quando transcreve a opinião de técnicos especializados.

Ribeirão pode muito bem esperar 3 a 5 anos para ter um aeroporto novo. Porque esse é o tempo necessário para ser construído. Se em 2008, quando da sentença que impedia a ampliação da pista, tivessem começado as obras, este ano já estaríamos inaugurando o novo aeroporto, decente e adequado. Não estamos nesse futuro exatamente porque insistem em não deixar, porque têm pressa. 

AI VEM A PERGUNTA, QUEM ESTAVA INSTALADO PRIMEIRO, O AEROPORTO OU AS CASAS OU OS CASEBRES QUE INVADIRAM AREAS PÚBLICAS E PRIVADAS.

O aeroporto só existe a partir de 1984. Até lá era um campinho de aviação. Não por questões semânticas nem ideológicas mas simplesmente por definições técnicas. E um campinho de aviação para uso por aeronaves de pequeno porte de aviação geral não causa nenhum dano ao entorno.

Nessa época poderiam muito bem ter começado a construir um aeroporto novo mas não o fizeram. Já existiam estudos nesse sentido. Imaginavam que o leite Lopes poderia continuar pequenininho porque só atenderia às elites locais. Nunca acreditaram no potencial econômico da região. E continuam pensando assim mesmo com um movimento de passageiros que este ano ultrapassou a casa dos 1.300.000!

Os bairros do entorno já existiam desde a década de 50 e os outros, da COHAB foram entregues na década de 70.  Todos com registro em cartório e com habite-se, portanto, não são invasões. As favelas que já existiam desde a década de 70 tendo aumentado  por falta de políticas publicas de habitação popular.

A propaganda oficial sempre insistiu na falácia de que a expansão urbana é que estrangulou o Leite Lopes, quando isso não é verdade. E, o que  é pior, insinuando que essa ocupação foi ilegal, irregular e proveniente de invasões. Lembramos que desde 1995, por Lei Municipal (Plano Diretor) já se recomendava a saída do Leite Lopes para local adequado. Portanto, não foi o crescimento urbano que invadiu o aeroporto mas sim o aeroporto que invadiu comunidades devidamente instaladas e socialmente consolidadas.

A sua afirmação, aqui comentada e esclarecida, apenas confirma como essa propaganda oficial foi muito bem feita.

CREIO, JÁ TER PASSADO DA HORA DE AGIRMOS POR FINALIDADES ELEITORAIS, ÉCHEGADO A HORA DE PENSARMOS MAIS EM RIBEIRÃO PRETO.

Os principais problemas  de Ribeirão Preto devem-se à atuação política a serviço de interesses econômicos pontuais e dos amigos do rei eleito.

Haja visto o que aconteceu recentemente com a nossa Câmara Municipal e a pretensa aprovação da nova Lei de Uso e Ocupação do Solo, que no mesmo dia da votação, conseguiram elaborar um substitutivo e que foi “aprovado” sem que os vereadores sequer o tivessem lido, muito menos estudado e entendido uma lei de alta complexidade como essa.

Foi necessária a intervenção do poder judiciário, o que é uma vergonha para o nosso legislativo e principalmente para o povo de Ribeirão Preto que vem convivendo com esses políticos de terceira linha faz décadas.

A questão do Leite Lopes e a construção de um novo aeroporto é uma questão política, embora não partidária. Ela apenas se resolverá com a renovação moral da Câmara Municipal deles para que volte a ser a nossa Câmara Municipal, que Ribeirão Preto precisa e merece.

Por isso o Movimento Pro-Novo Aeroporto também tem finalidades eleitorais, não eleitoreiras nem partidárias, mas sim cidadãs. Por isso insistimos que se essa Câmara Municipal tem funcionado dessa forma deve-se aos políticos que lá colocamos nas últimas décadas. Por isso devemos nos redimir e

Em 2012 não vote em político de 3ª linha: vote em estadista

Se a nossa campanha eleitoral for bem sucedida, teremos uma Câmara Municipal cidadã, um executivo interessado no desenvolvimento da cidade e não do dos amigos financiadores e, como consequência óbvia, um novo aeroporto será construído porque esse é o interesse da cidade e da região.

PARA CONCLUIR, EU GOSTARIA DE QUE  QUEM ENCABEÇOU ESSE ABAIXO ASSINADO PROCURASSE SE INFORMAR MAIS SOBRE A COMISSÃO FORMADA NA CÂMARA DE VEREADORES QUE DETECTOU QUE A OCUPAÇÃO DAQUELAS ÁREAS NADA MAIS FOI POR INICIATIVA DE PESSOAS INESCRUPULOSAS QUE AGENCIAVAM  TODAS SEMANAS DOIS ÔNIBUS QUE TRAZIAM MIGRANTES DE VÁRIAS PARTES DO PAÍS COM PROMESSAS DE EMPREGOS E  TAMBÉM COM A FINALIDADE DE COMERCIAR BARRACOS E ÁREAS QUE NÃO LHES PERTENCIAM.


Vários pontos a serem considerados nessa sua afirmação que é muito importante e pertinente:

O primeiro é que não existe nenhuma relação entre o abaixo assinado por um novo aeroporto e o sistema fundiário do entorno do Leite Lopes.

O fato é que se o aeroporto for relocado, a forma de ocupação poderia ser diferente da que está sendo imposta pela administração publica e que inclusive teve repercussão negativa pela extrema violência usada.

Como segundo ponto a ser analisado, se vieram vários ônibus com migrantes com promessas de empregos, certamente que foram aliciados por “gatos” a serviço de empresas para arrumarem mão de obra não qualificada e barata.

E isso nada tem a ver com o aeroporto mas sim com uma política trabalhista de certos setores empresariais que, quando não mais precisarem desses trabalhadores, os descartam. Na falta de outro emprego e de alojamento, essas pessoas passarão a inchar favelas ou a construir novas.

Independentemente das razões para essa imigração, uma parte desses migrantes ocupou espaços vazios ou inchou as favelas mas não exclusivamente por causa do Leite Lopes mas por falta de emprego e de políticas publicas nos seus municípios de origem.

Podemos concluir que não existe nenhuma relação de causa e efeito entre o Leite Lopes, o Movimento pro  Novo Aeroporto e seu abaixo assinado  e as atividades dos “gatos” e da ampliação das favelas que ocorreram em todo o município. E se pessoas inescrupulosas agiram de má fé, isso é caso de policia.

Inclusive devemos  lembrar que os governos municipais para justificarem a desocupação de favelas que atrapalhavam a ampliação do Leite Lopes, em 2007 fizeram um cadastro para garantirem a seus moradores a possibilidade de “ganhar uma casa”, frase essa muito divulgada, como meio de arregimentar simpatia e apoio às pretensões da ampliação, não apenas na população a ser diretamente atingida mas também para as pessoas bondosas com preocupações assistenciais, mas ingênuas o suficiente para acreditar nessas balelas de propaganda política e eleitoreira.

Talvez essas falsas promessas tenham atraído novos migrantes para “pegarem a boquinha” mas se houve má fé, ela deverá ser atribuída às autoridades que as divulgaram com a finalidade de alcançarem objetivos políticos eleitoreiros.

Ninguém ganhou casa. Foram transferidos “na marra” e ganharam um financiamento para pagar. Conforme  foi noticiado, algumas dessas casas já apresentam grandes problemas estruturais e os bairros totalmente desestruturados urbanisticamente para atender à nova demanda criada.

Uma completa falta de planejamento, o que nos reporta, de novo, àquela “aprovação” da nova Lei de Uso e Ocupação do Solo, que chegou a prever ruas sem pavimentação nos conjuntos habitacionais de interesse social, ou seja, bairros para amontoar pobre.

Estas propagandas de “ganhar casa” além de todas as outras artimanhas politico-eleitoreiras, como a velha técnica do sopão, sempre foram utilizadas com o objetivo de manipulação da opinião pública. É por isso  que o Movimento Pro Novo Aeroporto promove campanhas de esclarecimento porque considera que

O Povo Esclarecido jamais será iludido


FINALIZANDO, ANTES DE EMBARCARMOS EM MOVIMENTOS É IMPRESCINDÍVEL QUENÃO NOS ALINHEMOS COM NENHUM POLÍTICO OU PRÉ-CANDIDATO.

JOSÉ AUGUSTO RAVANELI


É uma recomendação sábia e é um critério que  o Movimento Pro Novo Aeroporto segue à risca desde o seu inicio.  O que não podemos é imaginar que este Movimento Popular possa ser manipulado pelos eventuais pré-candidatos, porque desde 1995 já passaram muitos e os que foram eleitos não só tentam impedir a construção do aeroporto que Ribeirão Preto precisa, por todos os meios disponíveis, inclusive usando a mídia como meio de manipulação da opinião pública.

Mas é indiscutível que existe, por parte do Movimento Pro Novo Aeroporto um viés político baseado na cidadania.

Não defendemos nenhum pré- candidato, mas repudiamos todos aqueles que, tendo nas mãos e na legislação vigente a obrigação de exigirem do Governo do Estado um novo aeroporto, se submeterem a interesses menores e a campanhas de marketing político para que o Leite Lopes seja ampliado, temporalmente possível de ser feito durante o seu mandato.

Repudiamos também todos  aqueles que representam as oligarquias locais, que sempre praticaram a política baixa, como ficou patente na forma como tentaram a aprovação da lei de Uso e Ocupação do Solo, e que conseguiram ser desmascarados por um pequeno grupo de vereadores autênticos com o recurso do Poder Judiciário.

Mas essas oligarquias tiveram um mérito: demonstraram como os seus servos agem e com isso conseguiram a indignação geral do povo ribeirãopretano, indignação essa que é compartilhada pelo Movimento Pro Novo Aeroporto. São os mesmos que servem à oligarquia que luta contra o novo aeroporto porque têm pressa em implantar os seus negócios, mesmo que à custa do futuro de Ribeirão e região.

O Grupo Gestor

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