domingo, 29 de setembro de 2013

5ª Conferencia Estadual das Cidades

Na abertura da 5ª Conferência Estadual das Cidades de São Paulo, um grande público e o novo Concidades-SP




Logo no primeiro dia de evento, mais de duas mil pessoas, de todo o Estado, lotaram o Memorial da América Latina e aplaudiram o novo Conselho criado.
Durante a abertura oficial, foi apresentado o decreto do Governo do Estado - já assinado - que cria o Conselho Estadual das Cidades (Concidades-SP), uma grande reivindicação da imensa maioria presente ao encontro. E o lema da 5ª Conferência fez-se ouvir em uníssono: “Reforma Urbana Já” foram palavras de ordem repetidas, de pé, em dado momento da solenidade, sob muitas bandeiras.
Na presença do Ministro interino das Cidades, Alexandre Cordeiro, e de parlamentares, prefeitos, secretários paulistas, representantes dos movimentos populares e de classes, centenas de delegados municipais foram animados a decidir prioridades e trabalhar bastante sobre as 3.365 propostas recebidas, para que os bônus da urbanização cheguem para todos. 
Nosso delegado pelo Movimento Pró Novo Aeroporto . Emilson Roveri, nos trouxe um breve relato e uma foto dos delegados de Ribeirão Preto:

Nos dias 26, 27 e 28 de setembro, o movimento Pró Novo Aeroporto em Ribeirão Preto participou da 5ª Conferência Estadual das Cidades.
O evento trouxe à discussão importantes assuntos e foram encaminhadas propostas que avançam no sentido de termos uma cidade mais inclusiva, acessível, compacta, integrada, com mais oportunidades, legal e planejada.
Estas propostas, em especial a que trata da urbanização inclusiva, impactam diretamente a população que vive no entorno do Aeroporto Leite Lopes uma vez que, para que possamos ter um desenvolvimento harmonioso e sustentável, que melhore a qualidade de vida das pessoas, promovendo a acessibilidade, a habitabilidade e a salubridade das moradias, só mesmo, se o Leite Lopes parar de operar nos moldes em que vem operando, não seja ampliado e um novo aeroporto, mais moderno, mais eficiente e à altura que Ribeirão Preto e região merecem seja construído em outro local.
Para que isso possa sair do papel e acontecer de fato, interesses econômicos estreitos e mesquinhos devem dar lugar às reais necessidades do povo de Ribeirão Preto e região para fazer valer as propostas que especialistas, a sociedade civil organizada e os movimentos populares cuidadosamente elaboraram.
Ao final da 5ª Conferência Estadual das Cidades, foram eleitos delegados para a 5ª Conferência Nacional das Cidades a ser realizada em Brasília no dia 20 de novembro e o delegado do Movimento Pró Novo Aeroporto em Ribeirão Preto elegeu como delegado para nos representar em Brasília, Eli Mariano, da União Nacional por Moradia Popular.
  
Emilson Roveri
Delegado do Movimento Pró Novo Aeroporto em Ribeirão Preto

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Aeroporto Internacional: Agora ou nunca!

Na coluna “DO LEITOR” do jornal “A CIDADE”, de ontem, dia 24/09, sobre Aeroportos, Ricardo Corona, administrador de empresas, escreveu: “Enquanto o aeroporto Leite Lopes de Ribeirão Preto agoniza, o aeroporto de Araraquara entra na lista, entre os quais serão privatizados.” – ainda, menciona aerotrópolis como podendo ser uma das alternativas.
No artigo com o título acima, de agosto de 1999, escrevi que, “Remendado o daqui, outra cidade irá construir o Grande Aeroporto Internacional, inviabilizando em definitivo a construção do pretendido para esta região, devido à pequena distância que os separariam, além de tão cedo o interior do Estado de São Paulo não comportar mais do que um dessa envergadura.”
Portanto, hoje passados quatorze anos, lamentavelmente, meu vaticínio parece estar em vias de se tornar realidade, perdendo todos nós de Ribeirão Preto e região!  Tendência mundial, aerotrópolis exigem grandes áreas totalmente incompatíveis com a do Leite Lopes.
Teríamos nós, ainda tempo para reverter às expectativas e garantir a possibilidade de termos nossa aerotrópolis? Será que o império da mediocridade continuará barrando tal pretensão?
PENSEMOS GRANDE, ACORDE RIBEIRÃO PRETO, ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS!
Jorge de Azevedo Pires – professor dedicado ao bem comum, autor do livro “Pensando Ribeirão Preto – ontem, hoje e amanhã” – 2011.

domingo, 22 de setembro de 2013

A TAL SUPERVALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA

Mais esperneios em defesa dos devaneios de uma noite de verão

No blog do Movimento tivemos recentemente um debate bastante acalorado com alguns defensores da ampliação do Leite Lopes. Debates são sempre muito produtivos.

Num programa de rádio (CBN) um dos lideres da Associação de Moradores citou que a ampliação do Leite Lopes gerou a desvalorização dos imóveis localizados no seu entorno. Esta declaração desconstrói por completo aquilo que o Movimento chama de Papai Noel Leite Lopes, que a propaganda enganosa tenta impingir no coletivo de que esse empreendimento será muito vantajoso para a população do entorno do Leite Lopes.

Logo a indignação dos defensores do Leite Lopes explodiu. Como assim, desvalorizou? E começam a dar exemplos de grandes valorizações imobiliárias. Valorizações que até induziram à construção de 5  galpões (!!!) nas margens da Anhanguera  a dois quilômetros do Leite Lopes, conforme reportagens publicadas em jornal local e em outra reportagem essa valorização leitelopiana atingiu até 5 km de distância! A essa distância, é claro, não é entorno porque já é o outro lado da cidade. O centro está a 5 km do Leite Lopes.

Essas reportagens tentavam convencer  que essa estupenda valorização tinha  por causa exclusiva o Leite Lopes e o futuro Terminal Alfandegado e, por uma “estranha” coincidência, durante uma fase em que a prefeitura local questionava o Governo do Estado e a empresa que vai explorar esse Terminal de Cargas no Leite Lopes, da demora na sua construção terminal. Essa demora estava – vejam só! – atrapalhando o desenvolvimento da cidade.

O Movimento demonstrou que houve uma forte valorização imobiliária em geral na cidade mas devido ao aumento de ofertas de empreendimentos, conforme estatísticas da ARISP[i], entidade séria, e que a procura por áreas para construir galpões logísticos não se deve ao Leite Lopes mas sim à proximidade da Anhanguera e de seu entroncamentos rodoviário e que o movimento de cargas do Leite Lopes é insignificante perante o volume transportado que, na verdade, não carrega nem meia dúzia de  caminhões, quanto mais encher um galpão logístico.

Essa demonstração não convenceu  um  internauta defensor da ampliação do Leite Lopes, que fez o seguinte comentário:

Um ponto é certo, Ribeirão todinha de Norte a Sul, de Leste a Oeste e a Via Anhanguera de Cravinhos até Orlândia ok?? de tudo isso aí, somente na Via Ananguera, nas imediações do aeroporto (que está bem ao lado),é que está acontecendo essa procura de terrenos para galpões, somente quem não quer entender não irá associar a presença do aeroporto nesta combinação.

Se Ribeirão tem diversas rodovias, todas reunidas por um anel viário e com muitos terrenos vagos, com fácil acesso ao Leite Lopes, porque é que esses galpões somente têm demanda na Anhanguera? O próprio comentário é claro: porque é exatamente e tão somente na Via Anhanguera, sem qualquer influência do  Leite Lopes. Ao longo da Anhanguera, até S. Paulo existem muitos condomínios de galpões logísticos. Serão também por influência do Leite Lopes?

Como a realidade é dura quando se derruba devaneios, o esperneio é grande.

É o mesmo quando tentamos convencer  uma criança que Papai Noel não existe: o Papai Noel Leite Lopes é uma farsa, e faz parte de um elenco de afirmações para tentar manipular a opinião publica dos atingidos pela ampliação do Leite Lopes na tentativa de convencê-los que serão eles os beneficiados e não a empresa interessada em explorar o Terminal, além do interesse demagógico e ideológico do Governo do Estado ao qual se soma a vertente midiática de um governo municipal incompetente.

O empenho da atual administração municipal defendendo a ampliação do Leite Lopes em lugar de sua obrigação de defender os interesses de Ribeirão  exigindo a construção de um novo aeroporto, ficam a cada dia mais escancarados da sua incompetência e da sua subserviência aos interesses que ajudaram na sua eleição.

Tanto assim é que foram cobrar: no dia 19/09/2013, representantes da  CIESP* foram reclamar junto à prefeitura, da demora na liberação das obras de ampliação do leite Lopes porque – oh coisa horrorosa!!! – porque deixaram de faturar mais de um bi de Reais nestes últimos 5 anos!!!

Este é o verdadeiro interesse desse núcleo empresarial: o lucro deles, não importa a que custo para a cidade e para o seu futuro.

A propósito: oportuno lembrar que há 5 anos atrás, quando o EIA RIMA (o terceiro) foi derrubado e aparentemente encerrado o caso “ampliação do Leite Lopes”, foi tempo mais que suficiente para se construir um novo aeroporto onde provavelmente haveria uma licitação para construir um terminal tendo disponível uma pista adequada ao movimento de cargas aéreas de grande porte.

E, nesse caso, quem estaria interessado em operar cargas num Leite Lopes com pista suficiente apenas para operar uma aviação cargueira meia-boca, tendo um aeroporto cargueiro de verdade, disponível logo ali ao lado?

Temos a impressão que um novo aeroporto irá atrapalhar os interesses empresariais de alguns grupos econômicos.

POVO ESCLARECIDO  JAMAIS SERÁ ILUDIDO

Congonhas em Ribeirão, Não!
                 
Leite Lopes com outro uso (alternativo):
sem ampliação e sem desapropriação

Novo aeroporto em nova área já!





[i] ARISP Associação dos Registradores Imobiliários do Estado de S. Paulo, que representa os Cartórios de Registro de Imóveis.
 CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo),

domingo, 15 de setembro de 2013

O Movimento Responde

MOVIMENTO RESPONDE AOS LEITORES QUE COMENTARAM O NOSSO ARTIGO:
Os devaneios da ampla valorização do entorno.

Para não dizerem novamente que é matéria paga no jornal, tive a paciência de pesquisar e confirmar os valores do m2 praticados na região com corretores e Imobiliárias conhecidas da cidade [...]
 e
Desmerecendo seu comentário: JORNAL A CIDADE 19/01/2013
TÍTULO: Galpões disputam entorno do aeroporto de Ribeirão Preto

Marcelo Mario I. já notou que eles sempre se acham com a razão ?? Para eles todos estão em estado de devaneios, todos são mal informados e que essa procura maior pelos espaços no entorno é pura e simplesmente por causa somente da rodovia. Veja como são cínicos, falsos e hipócritas, quando dizem que querem um novo aeroporto; o que eles querem mesmo é preservar favelas e barracos existentes nos limites do sítio aeroportuário. Mentem discaradamente, quando dizem que a população é contra a internacionalização do Leite Lopes; contra ?? são só esses que moram no entorno, pelo que pude perceber a população quer sim o LL internacional. Felizmente o Governo de São Paulo está decidido em deslocar a pista e prover condições para que o aeroporto consiga dar seus primeiros passos rumo as operações nacionais e internacionais de carga.
Marcelo, a rodovia sempre esteve no mesmo lugar e nunca, como agora, a valorização nas proximidades do aeroporto foi tão grande, porque será ?

Marcelo
Olha Mario I. acho que a valorização nas proximidades do aeroporto hummm.... tá meio difícil de responder, mas acho que deve ser pelo Shopping Iguatemi, ou mesmo pela expansão do RibeirãoShopping, ou pelas obras de mobilidade urbana previstas pela Prefeitura (túneis, viadutos, corredores de ônibus etc), ou talvez pela construção do Viaduto Henry Nestlé, também pode ser pela FATEC, ou pelas obras anti enchentes na Jerônimo Gonçalves; olha tá muito difícil de saber, mas acho que não deve ser pela internacionalização do aeroporto não, segundo o Movimento o aeroporto não tem nada haver com isso e está até desvalorizando o que tem perto. Fala sério né ??!! Interessante saber que nesta mesma Via Anhanguera, logo mais ao norte, em Orlândia, não existe esta procura por áreas para galpões, no sentido inverso, logo alí em Cravinhos também não existe esta procura, por coincidência justamente onde existe o LL por perto está tendo esta procura, agora fiquei intrigado!! Quem será que deve estar em estado de devaneios ?? Os que querem o aeroporto internacional (RP e região, em sua maioria absoluta), ou o Movimento que quer preservar todas as favelas e impedir que pessoas consigam condições melhores de vida, apenas porque eles não querem ser desapropriados ??

GALPÕES LOGÍSTICOS EM RIBEIRÃO PRETO:
atraídos pelo Leite Lopes ou pela Rodovia Anhanguera ?

O empenho de nossos leitores em criticar e comentar os  nossos artigos é muito saudável porque assim desenvolvemos temas importantes para serem discutidos. E as questões relativas ao aeroporto de Ribeirão Preto não podem ser impostas pelo Governo do Estado ou por grupos oligárquicos locais  mas sim amplamente debatidos com todos os interessados, ou seja, a comunidade ribeirão-pretana.

            
A reportagem citada por  Mario I (versão impressa do jornal A Cidade de 19/01/2013) está reproduzida na integra, no final deste artigo.

O que é interessante é que a reportagem confirma que o Leite Lopes não atrai nenhum projeto de armazéns logísticos, embora o texto tente nos induzir o contrário. Daí a contestação ao nosso artigo porque a reportagem foi lida sem consultar o mapa da cidade.

Não precisamos de muitos argumentos mas apenas o mapa da cidade. E também saber diferenciar custo de terreno e custo de construção e na reportagem existe uma pequena mistura entre eles, incluindo o custo de acabamento rústico (industrial) com acabamento residencial de área nobre.

Vamos analisar e pensar um pouco e para isso vamos nos basear num dos destaques da reportagem:


Esse destaque contem dois pontos importantes para analisar: “Num raio de 5 km” e “Em lugar de mato surgem paredes”.


No entorno da Anhanguera, nessa distância de 5 km, temos a Lagoinha do lado interno da Anhanguera e muitos vazios urbanos do outro lado. São exatamente esses vazios urbanos, na faixa de uso industrial, que estão sendo ocupados por esse tipo de empreendimento. E tanto assim é que se no lugar de mato surgem paredes significa que a reportagem se refere a terrenos vazios distantes 5 km do Leite Lopes.

O centro da cidade também dista 5 km do aeroporto, mesma distância da Lagoinha.

Certamente que o preço dos terrenos no centro da cidade não é função do aeroporto. E na zona oeste da cidade, na mesma distância do Leite Lopes mas no lado oposto à Anhanguera, também existem vários vazios urbanos mas estes não são procurados para a construção de galpões logísticos.

Se o Leite Lopes fosse um vetor de interesses imobiliários, teríamos construção de galpões logísticos também na zona oeste, com muitos vazios urbanos até em distâncias menores que 5 km do Leite Lopes.

O fato é que não existe essa procura de terrenos para a construção de galpões logísticos na zona oeste e essa demanda limita-se ao entorno da Anhanguera. Portanto,  pode-se considerar que  vetor não é o Leite Lopes mas sim a Anhanguera. É o óbvio!

Os galpões logísticos existem ao longo de todas as rodovias principais, principalmente nos entroncamentos rodoviários, como é o caso de Ribeirão Preto.

Insistir nessa relação Leite Lopes=investimentos imobiliários é forçar a barra, mas existe uma explicação: à época da reportagem existia, coincidentemente (?) uma polemica muito grande sobre a “demora da construção” do Terminal de Cargas no Leite Lopes.

Daí a ilação: o terminal de cargas precisa ser construído logo para que haja mais desenvolvimento. Isso caracteriza tentativa de manipulação da opinião pública.

Existe em Ribeirão Preto uma valorização imobiliária muito grande, em razão da facilitação de financiamentos, ocorrendo um paradoxo: falta crônica de habitações populares de baixa renda – vetor indutivo para ocupação de vazios urbanos (favelas) – e um grande numero de imóveis de padrão médio e alto vazios para locação (em torno de 6.000 imóveis) causado pela ampla oferta de imóveis novos com boas condições de pagamento.

O gráfico abaixo demonstra esse aquecimento no mercado imobiliário que, obviamente, não é induzido pelo Leite Lopes mas por conta dos novos lançamentos, conforme opinião do delegado regional do CRECI:



E para fechar o assunto,

 “Há quatro anos, houve um grande aumento nas vendas de imóveis, principalmente por conta dos lançamentos. E hoje ainda existe uma boa movimentação no mercado”, diz o delegado regional do Creci. (Imprensa ARISP - Assessoria de Imprensa - 12 setembro 2013).

Ficou claro que essa valorização mobiliária não depende do Leite Lopes mas sim da boa movimentação no mercado?


DA FALSA QUESTÃO CENTRAL DAS VANTAGENS DA AMPLIAÇÃO
DO  LEITE LOPES

Não entrando no mérito da internacionalização do Leite Lopes, o seu potencial de movimentação de cargas é muito pequeno frente ao volume de cargas transportado pela Anhanguera.

Mesmo que fosse possível operar com aeronaves cargueiras de grande porte, com carga plena, com voos diários, mesmo assim não seria uma movimentação significativa para o cenário de investimento em armazenagem logística na Anhanguera.  

Por isso o Terminal de Cargas projetado para o Leite Lopes tem área pequena, muito menor que os terminais logísticos de empresas distribuidoras locais, construídos muito antes de se pensar em ampliar o Leite Lopes.

Ou seja, a existência ou não de um terminal de cargas internacionais no Leite Lopes  em nada influencia o interesse em investimentos no setor de galpões logísticos. Em nada muda a economia regional e muito menos no item arrecadação tributária já que essas cargas, na sua maior parte, não são produzidas em Ribeirão Preto e os impostos são recolhidos no município de origem.

Mas o que fica claro é que no entorno imediato do Leite Lopes não existe nenhuma construção de galpões logísticos e nada que se refira ou dependa da sua internacionalização. Nem mesmo dentro do aeroporto, onde  nem mesmo um simples restaurante está disponível para os passageiros que já ultrapassou a casa do milhão/ano.

E a questão central  de nossa tese não está no desempenho econômico dos investimentos imobiliários em Ribeirão Preto mas sim na confirmação de que a ampliação e a internacionalização do Leite Lopes não está valorizando em nada os imóveis lá existentes mas sim desvalorizando-os.

Ou seja, uma das máximas da propaganda que chamamos de Papai Noel Leite Lopes para convencimento da população de que serão beneficiados é uma grande mentira, com o objetivo de facilitar um empreendimento que vai contra as necessidades de Ribeirão Preto, para implantação  de uma política pública ideológica do governo estadual e que beneficiará apenas uma empresa privada que provavelmente perderá a concessão no caso de se construir um novo aeroporto.

Não fica bem querer influenciar as pessoas a aprovarem a ampliação do Leite Lopes com esse tipo de argumento, sem consistência.

Não fica bem querer influenciar as pessoas a aprovarem a ampliação do Leite Lopes recorrendo a esse padrão de argumentação da falsa valorização  dos imóveis atingidos e muito menos taxar de, cínico, falso e hipócrita quem faz questão de ter uma Ribeirão Preto melhor que concilie desenvolvimento econômico com cidadania e qualidade de vida, ou seja, um desenvolvimento baseado no tripé onde o econômico, o social e o ambiental sejam harmoniosos entre si.

É evidente que os benefícios econômicos que tentam atribuir com exclusividade à ampliação do Leite Lopes e sua internacionalização também se aplicam a um aeroporto novo, com a vantagem adicional que ele seria construído em área rural, resultando disso a substituição de canaviais, que não trazem nenhuma vantagem para Ribeirão Preto, por atividades econômicas adequadas e as populações do entorno do Leite Lopes não sofreriam com a desvalorização de seus imóveis fruto da poupança de toda uma vida de trabalho e com os danos à qualidade de vida de quem mora no entorno do aeroporto.

Esse é o ponto central da discussão.


DESVIRTUAR A QUESTÃO FUNDIÁRIA “MISTURANDO” PROPRIETÁRIOS DE IMÓVEIS REGULARES COM FAVELADOS

Aproveitamos a oportunidade para fazermos um comentário extra sobre a seguinte afirmação feita por um de nossos internautas:

[...] o que eles querem mesmo é preservar favelas e barracos existentes nos limites do sítio aeroportuário. Mentem discaradamente, quando dizem que a população é contra a internacionalização do Leite Lopes; contra ?? são só esses que moram no entorno, [...]

Pelos vistos quem mora no entorno do Leite Lopes ou é favelado ou mora em barraco. Provavelmente todos devem ser “invasores”. Neste caso, Ribeirão Preto é o único lugar do mundo onde barraco e favelado, são imóveis com cadastro municipal, pagam IPTU, têm escritura e registro em Cartório de Imóveis e Habite-se.

Em anexo uma amostra  relação desses “favelados” que estão inseridos na zona 2 de ruídos, que é zona de exclusão de uso residencial, hospitalar, escolar, etc. (1 de 355 folhas) num total de cerca de 6600 imóveis que significa  mais de 24.000 cidadãos afetados para atender aos interesses de  uma empresa com meia dúzia de sócios e aos interesses político-ideológicos do governo do Estado que se recusa a construir um aeroporto novo em local adequado.


Talvez fosse interessante a quem acha que o entorno do Leite Lopes apoia a sua ampliação, que visitasse a região do entorno imediato e perguntasse aos seus moradores, que estão lá faz mais de 40 anos, se eles gostariam de ir embora, sem indenização, porque os seus imóveis residenciais estão na zona 2 de ruído que exclui esse uso e lá não poderão  permanecer nem serão desapropriados (portanto não serão indenizados), porque perdem o direito ao uso mas não ao do domínio.

Essa atitude seria muito útil porque até agora o Papai Noel Leite Lopes não informou esses moradores desse fato; só falou de uma tal valorização fantástica  que, pelos vistos,  só acontece a 5 km de distância.

O Grupo Gestor


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O Movimento Responde: os devaneios da ampla valorização do entorno do Leite Lopes

Mario I. deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Líderes do Movimento em Entrevista":


Interessante, não parece o que dizem nessa reportagem:

http://globotv.globo.com/eptv-sp/jornal-regional-ribeirao-preto/v/bairros-vizinhos-do-aeroporto-leite-lopes-estao-valorizados/2655352/


O MOVIMENTO RESPONDE

Caro Mario I

Importante o seu comentário. Quando a notícia foi veiculada passou-nos despercebida e por isso não recebeu nenhum comentário nosso.  

Analisando-a, parece-nos que se tratou de mais uma ação de propaganda usando a mídia local na tentativa de manipular  e influenciar a opinião pública com objetivos político-partidários da “grandiosidade do projeto de internacionalização do Leite Lopes” mas o teor da reportagem é contraditório, quando tenta vincular os empreendimentos logísticos que estão começando a ser implantados em Ribeirão Preto com o aeroporto. Basta consultar o mapa da cidade.

Vejamos:  o empreendimento de galpões logísticos está localizado  a 2 km do Leite Lopes.

O Educandário também e lá não tem nenhum empreendimento desse tipo. O Educandário – como exemplo de ampla área livre e desocupada urbanisticamente -  não está localizada ao lado da Anhanguera e o empreendimento da reportagem está. Ou seja, uma simples análise de um mapa nos informa que o fator que atraiu esse investimento foi a Anhanguera e não o aeroporto.

Os empreendimentos de galpões logísticos são a moda da vez em termos de investimentos e seguem uma tendência mundial em que empresas alugam esses imóveis porque estão dentro de um condomínio fechado e têm uma redução significativa de custos de administração, vigilância, entre outros e sempre se localizam nas rodovias principais.  Não são depósitos nem armazéns padrão “secos e molhados” porque disponibilizam alta tecnologia de armazenagem.

Por isso é que ao longo das rodovias é reservada uma faixa com a largura média de 70 metros para uso industrial/comercial, com três vantagens básicas: acesso direto das cargas aos armazéns/indústrias através da rodovia e suas marginais, projetadas para esse tipo de carga pesada, desnecessidade de pavimentação especial na área urbana para acesso a esses terminais (se as cargas forem distribuídas na área urbana, será por meio de veículos de menor porte) e também servem como anteparo para proteger da poluição sonora rodoviária as áreas residenciais adjacentes.

O fato do Leite Lopes estar perto é apenas circunstancial e não é o pretenso terminal de cargas internacional que está atraindo todos esses investimentos.

Só para se ter uma idéia, o transporte atual de cargas pelo Leite Lopes não consegue encher um desses galpões do empreendimento alvo da reportagem. Analisando os dados do Leite Lopes, em documentação oficial (DAESP), durante todo o ano de 2012 o total de cargas transportado foi de 650 toneladas, na média de 75 toneladas/mês ou 32,15 kg por operação.

Esses valores são simplesmente ridículos para  serem armazenados nesses galpões logísticos. Nenhum empreendedor conhecedor do mercado logístico vai fazer polpudos investimentos para atender esse volume de operação.

Cada um  esses galpões logísticos têm mais  de 1000 m² de área e o total do empreendimento abrange grandes áreas para que o empreendimento seja viável economicamente. Normalmente acima de 20.000 m² de terrenos limpos, como é o caso do empreendimento citado na reportagem. Os proprietários desses terrenos, livres e desocupados, certamente é que estão lucrando com essa tipologia de uso de solo.

Quanto ao entorno do Leite Lopes, as áreas livres disponíveis são muito poucas e pequenas, como  a própria reportagem mostra, em torno de 500 a 1000 m² e não servem para atender esse mercado. Só servem para montagem de pequenas oficinas. O restante é ocupado por residências em lotes de 300 m² (lote padrão).

A titulo de exemplo, se um empreendimento necessitar de 20.000 m² e resolver implantá-lo no entorno imediato do Leite Lopes,  significa que  67 lotes edificados teriam que ser totalmente demolidos e  com a exigência de uma destinação adequada aos entulhos antes de poder começar a construir.  Esses custos são altos.

Considerando o valor imobiliário dos terrenos disponíveis nas marginais das rodovias, prontos para construção imediata, certamente que os valor dos terrenos nas proximidades do Leite Lopes sofreriam os descontos  dos custos das demolições.

Nesse caso, é evidente que esses terrenos terão que ter um valor menor que os localizados nas marginais das rodovias,  para compensar os custos e o tempo de espera para poder começar a construir.

Percebe-se que é inevitável a desvalorização imobiliária do entorno do Leite Lopes.

Como complemento, uma área industrial tem que dispor de um sistema viário que suporte as cargas de trafego pesado e o entorno do Leite Lopes  apresenta pavimentação para veículos leves (uso residencial e pequenos caminhões), uma largura compatível com o trafego de caminhões estradeiros com raios de curvatura adequados para as manobras desses veículos.

É evidente que o sistema viário do entorno do Leite Lopes não comporta nem suporta trafego pesado e por isso não poderá ser objeto de interesse por parte de investidores em galpões logísticos que são muito bem assessorados por profissionais competentes que de pronto descartam essa área como viável.  

Outro ponto que a reportagem se “esqueceu” de relatar foi a alteração do Uso do Solo da maior parte do entorno do Leite Lopes. Alguém do governo municipal leu sobre uma tal “cidade aeroportuária”, modificação do antigo e ultrapassado conceito de modal, e resolveu de uma só canetada transformar quase todo o entorno do Leite Lopes, que era de uso misto, em industrial.

Nessas condições, quem mora nesse entorno faz mais de 40 anos, com alvará de residência,  passará a ser um ocupante irregular e lá não pode permanecer nem ampliar e será “obrigado” a vender a sua casa para demolição e construção de galpão que não poderá ser industrial nem comercial porque o sistema viário não comporta nem em traçado geométrico nem em capacidade de suporte.

Esta situação fundiária por acaso é um fator de valorização imobiliária? É evidente que não.

Esse é o problema de político de pouca  leitura que acha que dessa forma se transforma todo um bairro de uso misto em cidade aeroportuária e que desconhece que esse tipo de uso urbano só pode acontecer com aeroportos novos, cujo entorno é devidamente preparado para isso.

Como pode ser constatado pela realidade factual, as manifestações das lideranças do movimento estão certíssimas e os devaneios da ampla valorização do entorno – aquilo que o Movimento Pro Novo Aeroporto denomina de Papai Noel Leite Lopes – não passam disso mesmo: devaneios numa noite de verão.

Todo o exposto é fundamentado em conceitos profissionais  de avaliação imobiliária séria. Tanto assim é que todos os empreendimentos desse tipo que estão vindo,  nenhum deles está demolindo nada dentro das áreas residenciais do entorno do Leite Lopes.

E essa tese não é apenas nossa mas já está consolidada faz muito tempo, conforme pode ser visto nas reportagens abaixo.  É de se estranhar, portanto, o posicionamento dos  corretores entrevistados na reportagem.

O Grupo Gestor



Bibliografia adicional (reportagens):


  • Folha de São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997.

Clientes desistem do negócio no momento em que passa um avião. Aeroportos desvalorizam imóveis nas proximidades ...


DESVALORIZA O RESIDENCIAL:
BARULHO: boates, bares, casas de festas, clubes, oficinas, postos de gasolina e gás, aeroportos, linha de trem e lojas comerciais muito próximas tiram a tranquilidade e afetam a saúde dos moradores.

"Está na rota dos aviões?" é a pergunta mais ouvida pelo gerente da imobiliária Moema Imóveis



domingo, 1 de setembro de 2013

Líderes do Movimento em Entrevista


Abaixo a entrevista completa (áudio) no programa Dr Jorge Parada (Rádio CMN) , exibido no dia 17/08/2013 com o Líder Comunitário Marcos Valério e o arquiteto e urbanista Mauro Freitas, membros do Movimento Pro Novo Aeroporto e Pró Moradia ,  que expuseram de forma bastante lúcida e cristalina a luta da moradia no entorno do Aeroporto e quais serão os problemas causados para a cidade se ocorrer a ampliação do Leite Lopes, em lugar de se construir o aeroporto novo que Ribeirão Preto e região merecem e precisam para prover o desenvolvimento econômico que todos nós pleitea